Iniciando a série de posts sobre a qual eu me especializo um cadim mais, vamos à seção de reviews sobre games. Antes de mais nada, um review é uma revisão sobre o jogo, elencando aqueles aspectos mais importantes que tornam o game um sucesso ou um fracasso.
Como meu primeiro, resolvi pegar uma franquia que já se encontra na 5a continuação, e que ainda está gerando frutos: a série Heroes of Might and Magic. Antes de falar sobre o jogo em si, vamos contar uma pequena historinha.
Em 1990, a empresa New World Computing lançou um joguinho bem simples, ainda para os 286 e 386, chamado King's Bounty. Não havia nem placa de som nesta época, os sons eram todos feitos pelo famoso auto-falante do computador, o PC Speaker. Nele, você escolhia um dentro de quatro heróis - Cavaleiro, Paladino, Bárbaro e Feiticeira - e partia em uma busca pelos continentes para capturar e prender os bandidos mais perigosos do reino. Em seu caminho, você pode angariar criaturas míticas, tais como fadas, fantasmas, vampiros e dragões, para combater os monstros e inimigos que existem em todo o mundo. Apesar de simplório, era um grande avanço pra tecnologia da época e realmente criou um novo gênero, que influenciaria jogos por toda a parte.
Andando pelo mapa de aventura do mundo
Combate. Note que o número nas criaturas representa quantitade.
Cinco anos mais tarde, surge o Heroes of Might and Magic: A Strategic Quest. Neste novo jogo, ao invés de controlar um herói a serviço de um rei, você era o rei de uma facção à sua escolha. Existiam quatro opções: Os pios Cavaleiros, os selvagens Bárbaros, as místicas Feiticeiras e os terríveis Bruxos. Cada um tinha suas próprias criaturas e seus próprios castelos, que lhe davam uma gama de opções mais variada. O jogo possuía áudio de CD de alta qualidade, e a melhoria gráfica é óbvia.
Tela de abertura do Heroes 1
Em 1997, veio a primeira continuação, Heroes of Might and Magic 2: The Succession Wars. Houve uma continuação da história estabelecida nas campanhas do primeiro jogo. O principal, no entanto, foi a melhoria tecnológica do jogo, que manteve o áudio de CD, agora com um vocal um tanto operesco, gráfico mais próximo de um desenho animado adolescente e com mais duas facções: os Magos, íntegros praticantes de magias, e os Necromantes, utilizando os mortos como exército. Foi o primeiro da série a receber uma continuação, sob o nome The Price of Loyalty, que não representou grande novidade. Além disto, o elemento estratégico melhorou sensivelmente, a inteligência artificial operava melhor e as criaturas agora possuíam habilidades especiais, que as tornavam únicas.
Cidade dos Cavaleiros, com todos os prédios construídos.
Dificuldades financeiras abalaram a New World Computing e os fãs da série acreditavam que a empresa iria acabar, deixando-os à míngua. Felizmente, a 3DO comprou a quase falida New World, e com ela as suas marcas. As mudanças que foram feitas, aproveitando-se plenamente do Windows 98 e da tecnologia DirectX, tornaram os novos Heroes muito mais bonitos em qualidade gráfica.
Após a recuperação financeira, em 1999, foi lançado o terceiro game da série, chamado Heroes of Might and Magic 3: Restoration of Erathia. Agora aproveitando-se de CGs de melhor qualidade, e tecnologia DirectX, o jogo ficou bastante diferente em relação aos antecessores. O gráfico desenhado à mão dos Heroes 1 e 2 foi substituído por modelos renderizados. O visual infanto-juvenil do jogo amadureceu um pouco, tomando um aspecto um pouco mais soturno. Agora existiam oito facções, nomeadas pela cidade. Eram elas: Castle (Cavaleiros), Rampart (Feiticeira), Tower (Magos), Necropolis (Necromantes), Dungeon (Facção nova, caracterizada por monstros de calabouços), Inferno (Facção nova, demônios), Stronghold (Bárbaros) e Fortress (Facção nova, caracterizada por homens-lagarto, gnolls e demais criaturas de pântanos). Duas expansões foram feitas para este jogo, uma entitulada Armaggeddon's Blade e outra Shadow of Death. As duas expansões adicionaram novas campanhas, mapas e criaturas, e uma facção nova chamada Conflux, que era composta pelos elementais do jogo.
Demônios integram o grupo maligno do jogo.
Em 2002, foi lançado o quarto game da saga, Heroes of Might and Magic IV. O jogo ditou novos rumos para a série. Os heróis, que anteriormente só serviam para transportar criaturas, agora também lutam nos combates. Todo o jogo agora é feito em 3D, inclusive a parte de aventura. Ao construir prédios que geram criaturas, o jogador deve optar por apenas um deles, ao invés de poder construir ambos. As facções agora representavam as suas respectivas magias: Life (Castle), Order (Tower), Chaos (Dungeon), Death (Necropolis), Might (Stronghold) e Nature (Rampart). O jogo foi o de menor sucesso dentre os demais, mas teve reconhecimento e não é ruim, apenas não agradou muito aos fãs da série. Assim como seu predecessor, ganhou duas expansões, apesar delas não melhorarem muito o conteúdo do jogo em si. Foram entituladas The Gathering Storm e Winds of War.
Bárbaros são uma força de combate formidável em sua fortaleza.
Com o fantasma da concordata assolando a 3DO, houve um hiato considerável para a produção de um novo jogo do Heroes. A gigante francesa Ubisoft acabou comprando a empresa, e adquirindo as marcas da mesma, e claro, a saga do Heroes of Might and Magic.
Após quatro anos, que pareceriam séculos para os fãs da série, a Ubisoft lançou, em maio de 2006, o Heroes of Might and Magic V. Foi a primeira vez que um jogo da saga foi produzido por outra empresa que não a New World Computing ou a 3DO. Foi a russa Nival que foi a responsável pelo desenvolvimento.
Como resultado, o jogo tomou um aspecto mais moderno, bastante diferente das versões antigas. Todo o jogo agora era renderizado com a mesma qualidade 3D, para combates e mapas de aventura. É possível, portanto, a livre movimentação da câmera, em qualquer ângulo e direção, o que imerge o jogador ainda mais no universo fantástico. Mantiveram-se as facções clássicas, mas com um quê diferente. Dungeon, por exemplo, agora representado majoritariamente pelos Elfos Negros. Sylvan se tornou o alinhamento dos Elfos da Floresta. Retornam os famigerados demônios, em sua facção Inferno. Os sempre persistentes humanos compõem a facção Haven. Os mortos sem descanso ainda assolam as terras como a Necropolis e os magos retornam como a faccção Academy. Várias mudanças na jogabilidade também foram bem vindas e tornaram o jogo mais interessante, tanto estrategicamente como taticamente. Mantendo a tradição, também recebeu duas expansões: Hammers of Fate, que inclui a facção Fortress, representada pelos robustos anões; e Tribes of the East, representando a volta dos bárbaros na facção Stronghold.
Quietude e tranquilidade antes da guerra para esta cidade dos Elfos.
Enfim, para caracterizar o jogo, eu atribuo notas para ele, em uma escala de 0 a 5, sob os aspectos mais importantes. Vejamos:
Gráficos: 3,5. Apesar dos efeitos de luz serem bonitos e o suporte às tecnologias mais novas ter sido implantado, o gráfico é meio "preguiçoso". Possivelmente a empresa quis economizar na parte gráfica para cobrir um mercado maior. Ou simplesmente gosta deste gráfico mais adolescente. O fato é que os gráficos poderiam ter sido melhor elaborados, mesmo com o jogo sendo recente.
Som: 4,5. O som é muito bom. Os efeitos sonoros são bastante empolgantes, as músicas tem um caráter mais moderno sobre elas, são bastante movimentadas e realmente tentam imprimir ao jogo um ritmo mais dinâmico. As dublagens é que ficaram meio fracas e impediram o jogo de alcançar um 5.
Jogabilidade: 5. O jogo é fácil de se aprender, e qualquer aficionado da série, ou mesmo novato não vai ter grande dificuldade em entender os controles. Eles são bastante intuitivos, e bastam apenas algumas seções de jogo para se aprender. Quanto ao desenvolvimento de uma estratégia, bom aí é outra história...
Diversão ou Fun Factor: 3. Enquanto se apresenta como uma novidade, o Heroes V é bastante interessante e viciante. Veteranos da série vão perder algumas noites de sono na frente do PC, enquanto os novatos não vão criar um interesse muito grande pelo jogo. Essencialmente, é um jogo legal, mas não é maravilhoso, viciante ou sensacional. É apenas bom.
Total: 4. Heroes of Might and Magic V é um jogo bom, que não decepciona os fãs da série, e provavelmente até vai angariar alguns. Agora, não é o melhor jogo da série, que na minha humilde opinião ainda é o Heroes 2. Vale a pena o investimento financeiro para comprar o jogo, mas, se você não tiver certeza, tente pegar com um colega ou jogar em alguma LAN House para você ter certeza se é o que realmente você quer.
DICA: ATUALIZE O HEROES OF MIGHT AND MAGIC V PARA A VERSÃO 1.01. NELA, VOCÊ TEM ACESSO A UM UTILITÁRIO QUE PERMITE ATUALIZAR AUTOMATICAMENTE O JOGO. A VERSÃO MAIS NOVA, 1.6, DISPENSA A VERIFICAÇÃO DE CD E PERMITE JOGAR SEM ELE.
Como costume, deixo alguns vídeos e links para aqueles que desejam se aventurar ainda mais no místico universo de magia e criaturas fantásticas de Heroes of Might and Magic. Aguardamos a sexta continuação da saga! Até o próximo post!
http://www.abandonia.com/ - Site inglês de abandonwares, aqueles joguinhos DOS antigos que os veteranos da era informatizada com certeza conhecem. Disponibilizam pencas e pencas destes jogos para baixar.
http://www.zophar.net/ - Portal de emulação em inglês. Lá você encontra o emulador DOSBox, altamente recomendado para jogar os abandonwares.
http://www.heroesofmightandmagic.com/ - Site em inglês gigantesco com tudo sobre a saga, vale mesmo a pena dar uma olhada neste.
Vídeos abaixo, cortesia do Vocêtubo.
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic I
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic II
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic III
Trailer do Heroes of Might and Magic IV
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic V
Perdoem os vídeos, mas eu não consegui encontrar melhores. Quem encontrar e quiser sugerir melhores, usem os comentários =).
3 comentários:
Boa Zed!!!
Muito bem feito o review, está de parabéns!!!
Detalhe: Deus me livre se um dia a informática voltasse pro primórdios...huahauhuahuahuahuahuahua impossivel jogar aquelas tosqueiras
Bom review!
Deu até vontade de jogar Heroes, e olha que eu num suporto jogo de estratégia. (Só civilization pq é foda!)
Abraço e continue com esses textos maneiros ae!
Ps: Continuando com as dicas (adoro me meter nos outros), além do "Adaptações que deram certo", que tal uma coluna periódica com novidades que estão por vir?
Caralho Zé!!
Tava jogando ONTEM mesmo Heroes! ahahaha
Po, muito legal o Review, manda seu curriculo pra algum site de análise d jogo [?] ahahahahahaa
Serio msm, mto detalhado
Comecei esses dias, jogava o 3, MUITO diferente, preciso me acoostumar
Nem sei se tu lembra deu agora! Axones do ancientRO, líder da Soul Society! hehehehh
Boa aew!
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