domingo, 19 de outubro de 2008

Fundo do Baú: Tactics Ogre (PSX)

Falaew.

Ausência de posts nos últimos dias se deu à problemas envolvendo o PC. PC tá de volta, então voltaremos a postar. =)

Hoje vou dar início a mais uma que pretende ser uma seção fixa do blog, com posts regulares. Entitulada "Fundo do Baú", vai tratar de games/músicas/vídeos/filmes mais antigos, mas que muitas pessoas devem conhecer, já jogaram ou talvez tenham ouvido falar.

Começando a sessão, resolvi escolher um clássico dos meus tempos de Playstation. Um joguinho que eu aprendi a gostar muito e que me rendeu incansáveis horas de diversão e me ensinou a jogar batalha tática como ninguém. O nome desse clássico é Tactics Ogre: Let Us Cling Together.



Box Art oficial do jogo, em sua versão para PSX


A versão original do jogo data de 1995, lançado na época para o grandioso Super Nintendo. Fora relançado com algumas simples modificações e melhorias, sobretudo aproveitando o hardware de som mais elaborado, em 1996 para o Saturno e 1997 para o Playstation.

O jogo era um dos muitos RPGs de batalha tática, aonde você tinha total controle para posicionar seus personagens em um campo de batalha, sofrendo as limitações típicas de terreno, flanqueando oponentes, atacando-os por trás, etc.

Movimentar-se para o lugar certo pode representar a chave para uma vitória...

A primeira coisa que chama atenção no jogo é a história, que é bastante complexa e profunda para um jogo dessa época. Ela, diferentemente da clássica fórmula "salve o mundo", retrata a vida em uma pequena ilha, aonde grupos étnicos disputam o poder após a morte de um carismático rei. Posso até estar enganado, mas o jogo faz um paralelo quase notório com a história sofrida pela Iugoslávia, que passou pelo mesmo processo de fracionamento após a morte do Marechal Josip Braz Tito, em 1980. Neste momento, a Iugoslávia, que era um país envolvendo vários povos eslavos, se fracionou em múltiplos grupos étnicos - albaneses, macedônios, tchecos, croatas, sérvios, etc.

...ou você pode acabar cercado de inimigos por todos os lados

No jogo você controla um personagem principal, cujo título original é Denim, e ele é um jovem de uma minora étnica que está sendo massacrada. Ele perdeu o pai em um ataque à sua vila, feito por uma odiosa força de cavaleiros de uma nação rival. Então ele resolve se vingar, buscando matar o líder destes cavaleiros. Durante a sua incansável busca, ele se depara com a possibilidade de participar politicamente do poder da ilha.

Outro traço interessante é que o jogo quebra um pouco com o linearidade das histórias de jogos desse estilo. As decisões que o jogador toma no jogo realmente o levam à rumos diferentes, e isso reflete nos aproximadamente quinze finais que o jogo possui, cada um baseado no conjunto de escolhas feito pelo jogador durante o desenrolar da história.


Atitudes ao longo do jogo podem criar vários inimigos.


A variedade de classes disponíveis no jogo geram possibilidades quase ilimitadas de construção de uma tropa, com classes se especializando em determinados assuntos, e limitadas por alinhamentos e sexo. Mulheres e homens buscam profissões diferentes, embora elas possam ter efeitos similares. Desde os Berzerkers, furiosos guerreiros que bradam machados, aos Warlocks, únicos magos capazes de manipular a poderosa magia dos dragões, o jogo realmente lhe permite criar uma gama de combinações tão múltipla que é possível montar um grupo para cada ocasião diferente.

A inteligência artifical do jogo é razoável, sendo capaz de oferecer um desafio ao jogador enquanto ele não descobre os mecanismos de seu funcionamento, o que demora bastante. Eu levei muito tempo para dominar as táticas do AI, e creio que o jogador casual também vai demorar bastante, o que pode tornar o jogo interessante ou frustrante, depende da atitude de cada um.

Entre uma batalha e outra é possível viajar pelos vários lugares da ilha

O jogo, que foi a obra-prima da empresa japonesa Quest, rendeu algumas continuações, e vários jogos no mesmo estilo. Yasumi Matsuno, a mente por trás deste jogo, posteriormente foi contratado pela Square Enix e foi o principal responsável pelo lançamento de outro game no estilo, que adquiriu muita fama pelo seu nome, o Final Fantasy Tactics. Mais alguns jogos foram lançados, como o Ogre Battle 64, para o catastrófico Nintendo 64, e o Tactics Ogre: Knight of Lodis para o Game Boy Advance.

Existe uma versão de Playstation, traduzida para o inglês, que foi trazida pela Atlus, uma empresa que não teve muita importância no mercado, mas foi responsável, assim muitas outras no mesmo estilo, por estas pequenas pérolas inesquecíveis.

História contada, vamos às notas:

Gráfico: 1. O gráfico, até mesmo para os padrões da época, não impressionava. Não trouxe nenhuma inovação e as versões em CD não representaram melhora significativa nesse aspecto. Talvez o único problema do jogo, na minha opinião.

Som: 3,5. O áudio sofria com as limitações do hardware dos consoles. Não houve regravação das versões de CD, que utilizaram a mesma música da versão de SNES, com algumas poucas melhorias. Um áudio de CD orquestrado cairia muito melhor, mas como as músicas são muito bem compostas, isso contribui para o aumento nessa nota.

Jogabilidade: 4. Os controles são meio complicados, mas nada que impossibilite o fácil aprendizado do mesmo. Além disso, o jogo acompanha um tutorial MUITO bem explicado sobre como controlar seus personagens, as classes, condições de vitória, etc. Poucos jogos na época tinham esse cuidado - ou eram simples demais para isso, ou a empresa era relapsa demais.

Diversão ou Fun Factor: 4. Os gráficos fracos não são impedimento para divertir-se muito com este jogo. Ele, no entanto, é dirigido para entusiastas de RPG ou em batalhas táticas. O jogador de Final Fantasy talvez não curta muito a série Ogre Battle, mas vale a pena dar uma olhada se você curte o gênero.

Nota Final: 3,5. Tactics Ogre não falha com o jogador naquilo que ele se propõe a fazer, que é ser um RPG de batalha tática aonde é necessário quebrar a cabeça para construir o seu exército, dedicação para treiná-lo, e capacidade para sobrepujar seus inimigos utilizando apenas a disposição correta das tropas ao longo da batalha.

CURIOSIDADE: TODOS OS TÍTULOS DA SÉRIE OGRE BATTLE TEM ALGUMA RELAÇÃO COM MÚSICAS DA BANDA QUEEN. SERIA MATSUNO UM FÃ DA BANDA DE FREDDY MERCURY?

Como sempre, links abaixo, e vídeos após os links.

Qualquer hora volto ae de novo.

Abraços.

http://www.planetemu.net/ - Site en françois com várias roms e emuladores, perfeito para encontrar aquele joguinho antigo (como esse) que você já está afim de jogar faz um tempo.

http://www.zophar.net/ - Portal em inglês com vários emuladores. Recomendo este site para pegar os emus pois ele é mais organizado e atualizado. Utilize o link acima para roms.

http://www.gamefaqs.com/ - Site in english contendo FAQs (aka Detonados) para vários jogos. Se você empacar no Ogre, ou em qualquer outro jogo, lá é o lugar para ir.


Abertura original do jogo, em japonês.


Jogabilidade dentro de um combate do jogo.


Outro vídeo de combate do jogo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Gratz ZED...mais um excelente review...ta ficando bom nisso velho!

Parabéns

Davisson disse...

Cara,ficou muito bom mesmo....tipo eu quero saber se vc tem algum material especificando qual escolhas devo tomar e que personagens eu poderei ter se tomar determinado rumo.
flw

Rodrigo Camargos disse...

tem como vc fazer um detonado desse jogo?
eu queria saber como faz pra conseguir todos os carinhas do jogo, classes e equipamentos mas não consigo achar um detonado pra esse jogo. Se puder me mostrar um detonado fico agradecido.