domingo, 19 de outubro de 2008
Direito: Velox e os provedores
Iniciarei essa sessão aproveitando uma notícia bastante interessante que li hoje. Todos conhecem o serviço Velox, oferecido pela Telemar. Muitas pessoas discutem a prestação deste serviço, havendo uma razoável gama de satisfeitos e outros tantos não muito contentes. Para todos eles tenho uma boa notícia: é possível que, em um futuro próximo, não mais nos será cobrado a taxa referente ao provedor. E eu explico porque.
O Ministério Público Federal propôs ação contra a Telemar em Belém, no Pará. Após a distribuição, isto é, o sorteio de qual vara especializada naquele assunto vai receber o processo, o juiz da 5ª Vara Federal acatou o pedido de tutela antecipada do MPF para conceder, em caráter liminar, decisão para proibir a cobrança do valor referente ao provedor da internet. Calma que agora eu traduzo.
Uma das atribuições classicamente determinadas ao Ministério Público é a defesa dos interesses difusos e coletivos, os quais abrangem um sem número de pessoas e, normalmente, beneficiam a comunidade como um todo, como por exemplo questões de direito do consumidor. Ora, a Telemar possui incontáveis contratos da Velox, e os provedores auferem horrores em virtude destes e nós, meros mortais, somos obrigados a arcar com custos desnecessários, o que acaba colocando por terra toda a doutrina de proteção da famigerada Lei 8.078/90, conhecida pelos íntimos como CDC - Código de Defesa do Consumidor.
A questão, evidentemente, é de competência da Justiça Federal. Pensemos um pouco na questão federativa. Um Estado-membro possui autonomia para reger a sua administração, lhe sendo reservado aquilo que não é incumbência do Governo Federal. Serviços de telefonia, porém, são mais abrangentes que um mero Estado-membro, ampliando-se de forma a alcançar vários Estados-membros. Portanto, não é possível que uma Justiça Estadual, que vai tratar das causas mais simples envolvendo as questões internas de sua sede territorial, julgue uma causa que vai afetar o país inteiro. Tal situação feriria o princípio da independência administrativa, sustentáculo da Federação. A decisão, portanto, há de ser da União, para que possa, legitimamente, influenciar todos os Estados-membros. Daí a ação ser proposta perante uma Vara Federal. No caso foi a 5ª devido à distribuição, que sorteou essa vara, para evitar que a ação corresse com "cartas marcadas".
Tutela antecipada é a responsável pelas famosas liminares, que toda vez escutamos em jornais, lemos em revistas e periódicos, mas não sabemos porque têm esse nome e o que fazem. A tutela antecipada é uma previsão especial da lei processual civil - no nosso caso a Lei 5.869/73, o Código de Processo Civil - que permite ao autor de uma ação requerer, antecipadamente, o julgamento de um de seus pedidos. Normalmente, o juiz só tem condição de se manifestar após apresentadas todas as provas e ouvido o réu, o que lhe confere um caráter de imparcialidade, mais próximo do nosso ideal de justiça. Porém, em casos aonde, por exemplo, a situação discutida na ação possa gerar dano sério e irreversível ou de difícil reversibilidade ou caracterizar abuso de direito, é possível pedir ao juiz que manifeste-se acerca daquele pedido antes mesmo de citado o réu para que possa se defender.
Contudo, essa decisão tem caráter temporário, podendo ser posteriormente revogada, ou reformada através de recurso, neste caso específico um chamado Agravo. Portanto, toda vez que o jornal falar em "liminar" significa uma decisão inicial que antecipa aquilo que o autor pede, e que só seria julgado na sentença e que esta decisão não é permanente, podendo ser alterada depois.
Depois da tradução acima, continuo a notícia.
A decisão do juiz levou em conta dois fundamentos: um técnico e um jurídico. O argumento técnico, apresentado após extensivas investigações do MPF, diz que o sistema da Velox, chamado de ADSL, se conecta diretamente aos servidores da Telemar, e que são estes que lhe conferem o seu próprio endereço de IP, e utilizando DNS também da Telemar. Aonde entram os provedores nessa história? Pensem vocês sobre isso, eu me abstenho de comentar qualquer coisa aqui.
Muito embora eu não tenha lido a decisão da Justiça, eu acredito que o fundamento jurídico tenha sido a questão da venda casada. O CDC proíbe a venda casada, situação aonde o fornecedor de produtos ou serviços condiciona a venda de um bem ou a realização de um serviço à aquisição de outro. Muita calma nessa hora! Não pensem que pacotes promocionais caracterizem venda casada!
Na venda casada está presente a OBRIGATORIEDADE em se adquirir o serviço ou o produto. No caso da Velox, por exemplo, só lhe é possível utilizar o serviço oferecido pela Telemar se você pagar a tarifa do provedor junto. Portanto, é caso de venda casada, e assim, creio eu, deva ter entendido o juiz lá de Belém. Agora, peguemos a Net. A Net oferece serviço de TV a cabo, internet e telefone. Você para ter TV a cabo NÃO PRECISA contratar o telefone, por exemplo. Mas, se você o fizer, receberá um preço promocional. Muito embora há quem diga que isto é uma forma velada de se fazer venda casada, tal corrente é minoritária e não encontra muito amparo nos meandros jurídicos.
A vitória para nós, usuários da Velox, ainda está bem longe. Esta liminar, como já foi explicado ali em cima, não é definitiva e pode ser alterada. Mas pelo menos já ganhamos uma batalha. Estamos na torcida para que o MPF e a Justiça Federal consigam fazer valer os direitos de nós, consumidores, que somos os grandes responsáveis pela movimentação da economia do país e ainda assim carregamos quase todos os encargos nas costas, e muitas vezes sem reclamar.
Íntegra da notícia no site: http://www.jusbrasil.com.br/noticias/143879/decisao-favoravel-ao-mpf-garante-velox-sem-provedor-adicional-em-todo-o-pais
Estou preparando um review de um joguinho bem legal, devo estar postando em breve.
Até mais.
Fundo do Baú: Tactics Ogre (PSX)
Ausência de posts nos últimos dias se deu à problemas envolvendo o PC. PC tá de volta, então voltaremos a postar. =)
Hoje vou dar início a mais uma que pretende ser uma seção fixa do blog, com posts regulares. Entitulada "Fundo do Baú", vai tratar de games/músicas/vídeos/filmes mais antigos, mas que muitas pessoas devem conhecer, já jogaram ou talvez tenham ouvido falar.
Começando a sessão, resolvi escolher um clássico dos meus tempos de Playstation. Um joguinho que eu aprendi a gostar muito e que me rendeu incansáveis horas de diversão e me ensinou a jogar batalha tática como ninguém. O nome desse clássico é Tactics Ogre: Let Us Cling Together.
Box Art oficial do jogo, em sua versão para PSX
A versão original do jogo data de 1995, lançado na época para o grandioso Super Nintendo. Fora relançado com algumas simples modificações e melhorias, sobretudo aproveitando o hardware de som mais elaborado, em 1996 para o Saturno e 1997 para o Playstation.
O jogo era um dos muitos RPGs de batalha tática, aonde você tinha total controle para posicionar seus personagens em um campo de batalha, sofrendo as limitações típicas de terreno, flanqueando oponentes, atacando-os por trás, etc.
Movimentar-se para o lugar certo pode representar a chave para uma vitória...
A primeira coisa que chama atenção no jogo é a história, que é bastante complexa e profunda para um jogo dessa época. Ela, diferentemente da clássica fórmula "salve o mundo", retrata a vida em uma pequena ilha, aonde grupos étnicos disputam o poder após a morte de um carismático rei. Posso até estar enganado, mas o jogo faz um paralelo quase notório com a história sofrida pela Iugoslávia, que passou pelo mesmo processo de fracionamento após a morte do Marechal Josip Braz Tito, em 1980. Neste momento, a Iugoslávia, que era um país envolvendo vários povos eslavos, se fracionou em múltiplos grupos étnicos - albaneses, macedônios, tchecos, croatas, sérvios, etc.
...ou você pode acabar cercado de inimigos por todos os lados
No jogo você controla um personagem principal, cujo título original é Denim, e ele é um jovem de uma minora étnica que está sendo massacrada. Ele perdeu o pai em um ataque à sua vila, feito por uma odiosa força de cavaleiros de uma nação rival. Então ele resolve se vingar, buscando matar o líder destes cavaleiros. Durante a sua incansável busca, ele se depara com a possibilidade de participar politicamente do poder da ilha.
Outro traço interessante é que o jogo quebra um pouco com o linearidade das histórias de jogos desse estilo. As decisões que o jogador toma no jogo realmente o levam à rumos diferentes, e isso reflete nos aproximadamente quinze finais que o jogo possui, cada um baseado no conjunto de escolhas feito pelo jogador durante o desenrolar da história.
Atitudes ao longo do jogo podem criar vários inimigos.
A variedade de classes disponíveis no jogo geram possibilidades quase ilimitadas de construção de uma tropa, com classes se especializando em determinados assuntos, e limitadas por alinhamentos e sexo. Mulheres e homens buscam profissões diferentes, embora elas possam ter efeitos similares. Desde os Berzerkers, furiosos guerreiros que bradam machados, aos Warlocks, únicos magos capazes de manipular a poderosa magia dos dragões, o jogo realmente lhe permite criar uma gama de combinações tão múltipla que é possível montar um grupo para cada ocasião diferente.
A inteligência artifical do jogo é razoável, sendo capaz de oferecer um desafio ao jogador enquanto ele não descobre os mecanismos de seu funcionamento, o que demora bastante. Eu levei muito tempo para dominar as táticas do AI, e creio que o jogador casual também vai demorar bastante, o que pode tornar o jogo interessante ou frustrante, depende da atitude de cada um.
Entre uma batalha e outra é possível viajar pelos vários lugares da ilha
O jogo, que foi a obra-prima da empresa japonesa Quest, rendeu algumas continuações, e vários jogos no mesmo estilo. Yasumi Matsuno, a mente por trás deste jogo, posteriormente foi contratado pela Square Enix e foi o principal responsável pelo lançamento de outro game no estilo, que adquiriu muita fama pelo seu nome, o Final Fantasy Tactics. Mais alguns jogos foram lançados, como o Ogre Battle 64, para o catastrófico Nintendo 64, e o Tactics Ogre: Knight of Lodis para o Game Boy Advance.
Existe uma versão de Playstation, traduzida para o inglês, que foi trazida pela Atlus, uma empresa que não teve muita importância no mercado, mas foi responsável, assim muitas outras no mesmo estilo, por estas pequenas pérolas inesquecíveis.
História contada, vamos às notas:
Gráfico: 1. O gráfico, até mesmo para os padrões da época, não impressionava. Não trouxe nenhuma inovação e as versões em CD não representaram melhora significativa nesse aspecto. Talvez o único problema do jogo, na minha opinião.
Som: 3,5. O áudio sofria com as limitações do hardware dos consoles. Não houve regravação das versões de CD, que utilizaram a mesma música da versão de SNES, com algumas poucas melhorias. Um áudio de CD orquestrado cairia muito melhor, mas como as músicas são muito bem compostas, isso contribui para o aumento nessa nota.
Jogabilidade: 4. Os controles são meio complicados, mas nada que impossibilite o fácil aprendizado do mesmo. Além disso, o jogo acompanha um tutorial MUITO bem explicado sobre como controlar seus personagens, as classes, condições de vitória, etc. Poucos jogos na época tinham esse cuidado - ou eram simples demais para isso, ou a empresa era relapsa demais.
Diversão ou Fun Factor: 4. Os gráficos fracos não são impedimento para divertir-se muito com este jogo. Ele, no entanto, é dirigido para entusiastas de RPG ou em batalhas táticas. O jogador de Final Fantasy talvez não curta muito a série Ogre Battle, mas vale a pena dar uma olhada se você curte o gênero.
Nota Final: 3,5. Tactics Ogre não falha com o jogador naquilo que ele se propõe a fazer, que é ser um RPG de batalha tática aonde é necessário quebrar a cabeça para construir o seu exército, dedicação para treiná-lo, e capacidade para sobrepujar seus inimigos utilizando apenas a disposição correta das tropas ao longo da batalha.
CURIOSIDADE: TODOS OS TÍTULOS DA SÉRIE OGRE BATTLE TEM ALGUMA RELAÇÃO COM MÚSICAS DA BANDA QUEEN. SERIA MATSUNO UM FÃ DA BANDA DE FREDDY MERCURY?
Como sempre, links abaixo, e vídeos após os links.
Qualquer hora volto ae de novo.
Abraços.
http://www.planetemu.net/ - Site en françois com várias roms e emuladores, perfeito para encontrar aquele joguinho antigo (como esse) que você já está afim de jogar faz um tempo.
http://www.zophar.net/ - Portal em inglês com vários emuladores. Recomendo este site para pegar os emus pois ele é mais organizado e atualizado. Utilize o link acima para roms.
http://www.gamefaqs.com/ - Site in english contendo FAQs (aka Detonados) para vários jogos. Se você empacar no Ogre, ou em qualquer outro jogo, lá é o lugar para ir.
Abertura original do jogo, em japonês.
Jogabilidade dentro de um combate do jogo.
Outro vídeo de combate do jogo.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Review: Heroes of Might and Magic V
Iniciando a série de posts sobre a qual eu me especializo um cadim mais, vamos à seção de reviews sobre games. Antes de mais nada, um review é uma revisão sobre o jogo, elencando aqueles aspectos mais importantes que tornam o game um sucesso ou um fracasso.
Como meu primeiro, resolvi pegar uma franquia que já se encontra na 5a continuação, e que ainda está gerando frutos: a série Heroes of Might and Magic. Antes de falar sobre o jogo em si, vamos contar uma pequena historinha.
Em 1990, a empresa New World Computing lançou um joguinho bem simples, ainda para os 286 e 386, chamado King's Bounty. Não havia nem placa de som nesta época, os sons eram todos feitos pelo famoso auto-falante do computador, o PC Speaker. Nele, você escolhia um dentro de quatro heróis - Cavaleiro, Paladino, Bárbaro e Feiticeira - e partia em uma busca pelos continentes para capturar e prender os bandidos mais perigosos do reino. Em seu caminho, você pode angariar criaturas míticas, tais como fadas, fantasmas, vampiros e dragões, para combater os monstros e inimigos que existem em todo o mundo. Apesar de simplório, era um grande avanço pra tecnologia da época e realmente criou um novo gênero, que influenciaria jogos por toda a parte.
Andando pelo mapa de aventura do mundo
Combate. Note que o número nas criaturas representa quantitade.
Cinco anos mais tarde, surge o Heroes of Might and Magic: A Strategic Quest. Neste novo jogo, ao invés de controlar um herói a serviço de um rei, você era o rei de uma facção à sua escolha. Existiam quatro opções: Os pios Cavaleiros, os selvagens Bárbaros, as místicas Feiticeiras e os terríveis Bruxos. Cada um tinha suas próprias criaturas e seus próprios castelos, que lhe davam uma gama de opções mais variada. O jogo possuía áudio de CD de alta qualidade, e a melhoria gráfica é óbvia.
Tela de abertura do Heroes 1
Em 1997, veio a primeira continuação, Heroes of Might and Magic 2: The Succession Wars. Houve uma continuação da história estabelecida nas campanhas do primeiro jogo. O principal, no entanto, foi a melhoria tecnológica do jogo, que manteve o áudio de CD, agora com um vocal um tanto operesco, gráfico mais próximo de um desenho animado adolescente e com mais duas facções: os Magos, íntegros praticantes de magias, e os Necromantes, utilizando os mortos como exército. Foi o primeiro da série a receber uma continuação, sob o nome The Price of Loyalty, que não representou grande novidade. Além disto, o elemento estratégico melhorou sensivelmente, a inteligência artificial operava melhor e as criaturas agora possuíam habilidades especiais, que as tornavam únicas.
Cidade dos Cavaleiros, com todos os prédios construídos.
Dificuldades financeiras abalaram a New World Computing e os fãs da série acreditavam que a empresa iria acabar, deixando-os à míngua. Felizmente, a 3DO comprou a quase falida New World, e com ela as suas marcas. As mudanças que foram feitas, aproveitando-se plenamente do Windows 98 e da tecnologia DirectX, tornaram os novos Heroes muito mais bonitos em qualidade gráfica.
Após a recuperação financeira, em 1999, foi lançado o terceiro game da série, chamado Heroes of Might and Magic 3: Restoration of Erathia. Agora aproveitando-se de CGs de melhor qualidade, e tecnologia DirectX, o jogo ficou bastante diferente em relação aos antecessores. O gráfico desenhado à mão dos Heroes 1 e 2 foi substituído por modelos renderizados. O visual infanto-juvenil do jogo amadureceu um pouco, tomando um aspecto um pouco mais soturno. Agora existiam oito facções, nomeadas pela cidade. Eram elas: Castle (Cavaleiros), Rampart (Feiticeira), Tower (Magos), Necropolis (Necromantes), Dungeon (Facção nova, caracterizada por monstros de calabouços), Inferno (Facção nova, demônios), Stronghold (Bárbaros) e Fortress (Facção nova, caracterizada por homens-lagarto, gnolls e demais criaturas de pântanos). Duas expansões foram feitas para este jogo, uma entitulada Armaggeddon's Blade e outra Shadow of Death. As duas expansões adicionaram novas campanhas, mapas e criaturas, e uma facção nova chamada Conflux, que era composta pelos elementais do jogo.
Demônios integram o grupo maligno do jogo.
Em 2002, foi lançado o quarto game da saga, Heroes of Might and Magic IV. O jogo ditou novos rumos para a série. Os heróis, que anteriormente só serviam para transportar criaturas, agora também lutam nos combates. Todo o jogo agora é feito em 3D, inclusive a parte de aventura. Ao construir prédios que geram criaturas, o jogador deve optar por apenas um deles, ao invés de poder construir ambos. As facções agora representavam as suas respectivas magias: Life (Castle), Order (Tower), Chaos (Dungeon), Death (Necropolis), Might (Stronghold) e Nature (Rampart). O jogo foi o de menor sucesso dentre os demais, mas teve reconhecimento e não é ruim, apenas não agradou muito aos fãs da série. Assim como seu predecessor, ganhou duas expansões, apesar delas não melhorarem muito o conteúdo do jogo em si. Foram entituladas The Gathering Storm e Winds of War.
Bárbaros são uma força de combate formidável em sua fortaleza.
Com o fantasma da concordata assolando a 3DO, houve um hiato considerável para a produção de um novo jogo do Heroes. A gigante francesa Ubisoft acabou comprando a empresa, e adquirindo as marcas da mesma, e claro, a saga do Heroes of Might and Magic.
Após quatro anos, que pareceriam séculos para os fãs da série, a Ubisoft lançou, em maio de 2006, o Heroes of Might and Magic V. Foi a primeira vez que um jogo da saga foi produzido por outra empresa que não a New World Computing ou a 3DO. Foi a russa Nival que foi a responsável pelo desenvolvimento.
Como resultado, o jogo tomou um aspecto mais moderno, bastante diferente das versões antigas. Todo o jogo agora era renderizado com a mesma qualidade 3D, para combates e mapas de aventura. É possível, portanto, a livre movimentação da câmera, em qualquer ângulo e direção, o que imerge o jogador ainda mais no universo fantástico. Mantiveram-se as facções clássicas, mas com um quê diferente. Dungeon, por exemplo, agora representado majoritariamente pelos Elfos Negros. Sylvan se tornou o alinhamento dos Elfos da Floresta. Retornam os famigerados demônios, em sua facção Inferno. Os sempre persistentes humanos compõem a facção Haven. Os mortos sem descanso ainda assolam as terras como a Necropolis e os magos retornam como a faccção Academy. Várias mudanças na jogabilidade também foram bem vindas e tornaram o jogo mais interessante, tanto estrategicamente como taticamente. Mantendo a tradição, também recebeu duas expansões: Hammers of Fate, que inclui a facção Fortress, representada pelos robustos anões; e Tribes of the East, representando a volta dos bárbaros na facção Stronghold.
Quietude e tranquilidade antes da guerra para esta cidade dos Elfos.
Enfim, para caracterizar o jogo, eu atribuo notas para ele, em uma escala de 0 a 5, sob os aspectos mais importantes. Vejamos:
Gráficos: 3,5. Apesar dos efeitos de luz serem bonitos e o suporte às tecnologias mais novas ter sido implantado, o gráfico é meio "preguiçoso". Possivelmente a empresa quis economizar na parte gráfica para cobrir um mercado maior. Ou simplesmente gosta deste gráfico mais adolescente. O fato é que os gráficos poderiam ter sido melhor elaborados, mesmo com o jogo sendo recente.
Som: 4,5. O som é muito bom. Os efeitos sonoros são bastante empolgantes, as músicas tem um caráter mais moderno sobre elas, são bastante movimentadas e realmente tentam imprimir ao jogo um ritmo mais dinâmico. As dublagens é que ficaram meio fracas e impediram o jogo de alcançar um 5.
Jogabilidade: 5. O jogo é fácil de se aprender, e qualquer aficionado da série, ou mesmo novato não vai ter grande dificuldade em entender os controles. Eles são bastante intuitivos, e bastam apenas algumas seções de jogo para se aprender. Quanto ao desenvolvimento de uma estratégia, bom aí é outra história...
Diversão ou Fun Factor: 3. Enquanto se apresenta como uma novidade, o Heroes V é bastante interessante e viciante. Veteranos da série vão perder algumas noites de sono na frente do PC, enquanto os novatos não vão criar um interesse muito grande pelo jogo. Essencialmente, é um jogo legal, mas não é maravilhoso, viciante ou sensacional. É apenas bom.
Total: 4. Heroes of Might and Magic V é um jogo bom, que não decepciona os fãs da série, e provavelmente até vai angariar alguns. Agora, não é o melhor jogo da série, que na minha humilde opinião ainda é o Heroes 2. Vale a pena o investimento financeiro para comprar o jogo, mas, se você não tiver certeza, tente pegar com um colega ou jogar em alguma LAN House para você ter certeza se é o que realmente você quer.
DICA: ATUALIZE O HEROES OF MIGHT AND MAGIC V PARA A VERSÃO 1.01. NELA, VOCÊ TEM ACESSO A UM UTILITÁRIO QUE PERMITE ATUALIZAR AUTOMATICAMENTE O JOGO. A VERSÃO MAIS NOVA, 1.6, DISPENSA A VERIFICAÇÃO DE CD E PERMITE JOGAR SEM ELE.
Como costume, deixo alguns vídeos e links para aqueles que desejam se aventurar ainda mais no místico universo de magia e criaturas fantásticas de Heroes of Might and Magic. Aguardamos a sexta continuação da saga! Até o próximo post!
http://www.abandonia.com/ - Site inglês de abandonwares, aqueles joguinhos DOS antigos que os veteranos da era informatizada com certeza conhecem. Disponibilizam pencas e pencas destes jogos para baixar.
http://www.zophar.net/ - Portal de emulação em inglês. Lá você encontra o emulador DOSBox, altamente recomendado para jogar os abandonwares.
http://www.heroesofmightandmagic.com/ - Site em inglês gigantesco com tudo sobre a saga, vale mesmo a pena dar uma olhada neste.
Vídeos abaixo, cortesia do Vocêtubo.
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic I
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic II
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic III
Trailer do Heroes of Might and Magic IV
Jogabilidade do Heroes of Might and Magic V
Perdoem os vídeos, mas eu não consegui encontrar melhores. Quem encontrar e quiser sugerir melhores, usem os comentários =).
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Enquete: Melhor Filme de 2008
A enquete encerra no feriado de finados.
Boa Votação!
Max Payne: O Filme
Complicado não?
Enfim, começo aqui falando sobre um filme que já está para estreiar. Éééééé. Depois dos peitos, digo, da Lara Croft ir pro cinema, acompanhada de Super Mario, Hitman e Double Dragon, chegou a vez de um personagem bem mais interessante.
Um homem que não tem nada a perder porque já perdeu tudo. E ele quer vingança.
Seu nome é Max Payne.
Bom para quem foi abduzido nos últimos anos, ou simplesmente não curte videogames, Max Payne foi um jogo lançado em 2001, em conjunto com várias empresas, mas levando o nome da famosa 3DRealms, que era a antiga Apogee e se consolidou no mercado com jogos beeeem antigos de PC. E pra quem não sabe, é a mesma empresa responsável pela franquia Duke Nukem.
O escritor e criador do jogo Sam Lake quis realmente criar um personagem problemático, mergulhado numa trama sinistra, aonde a então perfeita vida dele desmorona como uma marquise em Copacabana. Max Payne é um homem que sofre muito ao longo de toda a história e, quando ele acredita que conseguiu se vingar, descobre que não fez nem metade do que deveria.
Sob o ponto de vista de gamer, o jogo contava com gráficos bem elaborados para sua época. Sete anos atrás ainda não tinha DirectX 10, mas com certeza a 3DRealms soube aproveitar muito bem os recursos então existentes para criar um gráfico bastante realista. A novidade do jogo foi aquele que depois ficou chamado de "Efeito Matrix", graças à trilogia, aonde era possível ao jogador reduzir o tempo de ação do jogo, lhe permitindo mirar com maior precisão ou agir de forma extremamente veloz em uma fração de segundos. Detalhe, neste modo quando se disparava com um rifle de franco-atirador (aka Sniper Rifle) você via a câmera da bala, acertando o capanga #43 que ficava na frente dela.
Uma boa jogabilidade, uma boa história, bons gráficos, som e efeitos novos garantiram Max Payne como um dos melhores jogos no seu estilo, inclusive lhe rendendo um BAFTA, o prêmio dado pela associação de filmes e televisão britânica, na categoria melhor jogo de PC, dentre uma multitude de outros, que não vou mencionar aqui.
Claro, um sucesso desses deixou todos com gostinho de quero mais. Os gamers, viciados notórios que são capazes de desprender noites sem fim para zerar um jogo. E as empresas que achavam que seus cofres não estavam suficientemente abarrotados.
Então, para a alegria de todos, dois anos mais tarde, em 2003, surge Max Payne 2: The Fall of Max Payne. A saga do detetive mais azarado (para não dizer fudido... opa, agora já falei) de Nova York continua exatamente de onde o primeiro jogo deixou. Novamente, Sam Lake não poupou no pagamento do karma do personagem.
Desta vez publicado em conjunto com a Remedy e a infame Rockstar, autora de jogos politicamente incorretos mas divertidos pra cacete, como Manhunt e Grand Theft Auto, o novo Max Payne tinha uma jogabilidade mais suave, gráficos mais arrojados, e o mesmo talento de dublagem excepcional que existia no primeiro. Os mesmos atores foram chamados para render suas vozes aos personagens em Max Payne 2.
A continuação também foi outro sucesso, rendendo fama para a Rockstar que pode investir em outros projetos, como as continuações do GTA, que hoje em dia se proliferam mais que Mc Donald's.
Após alguns anos de silêncio, todo mundo achou que o detetive noir favorito dos gamers caía no esquecimento. Mas enganaram-se. A 20th Century Fox aceitou o roteiro para o filme do Max Payne, que é de autoria do próprio Sam Lake, e teve a adaptação para a telona de Beau Thorne.
O filme estréia no Brasil dia 31 de outubro de 2008, halloween para cursinhos de inglês e pseudoestadounidenses, outra sexta-feira qualquer para todos os demais. Conta com uma pequena constelação no elenco: Mark Wahlberg (Planeta dos Macacos, Os Infiltrados), Mila Kunis (Megan Griffin na versão americana do seriado "Uma Família da Pesada"), Ludacris (é, o rapper), Chris O'Donnell (Batman & Robin, tenho certeza de outros filmes que ele participa, mas não me lembro quais), Olga Kurylenko (Hitman), Nelly Furtado (também rapper).
Enfim, o trailer foi lançado já tem algum tempo, e conta com quase 830 mil visitas no vocêtubo. Como faltam apenas duas semanas para o lançamento do filme, ficamos na expectativa do filme ser tão bom quanto o trailer nos aparenta.
Apesar de que não costumo ter muita confiança em trailers. Já fui enganado algumas vezes.
É isso ae... segue uns links abaixo, cortesia da minha busca pelas internetas.
http://www.imdb.com/ - Site in english sobre filmes, aptamente nomeado a base de dados de filmes na internet.
http://www.3drealms.com/ - Site da fabricante original do jogo Max Payne (en inglés, pendejos).
http://www.rockstargames.com/ - Site da fabricante da continuação do jogo (advinhem em que idioma está?)
E, abaixo, o teaser trailer do filme. Lembrando que ele deverá estar nas telonas dia 31 de outubro de 2008.
Até lá estamos aguardando ansiosos.
Qualquer hora volto ae.